Parte I: Este artigo é constituído por 5 partes.
Desde a desvinculação do dólar ao padrão-ouro em 1971, a ordem mundial tem sido estruturada por um conjunto complexo de poderes instituídos. As esferas ideológicas, económicas, políticas e jurídicas, que outrora definiam a sociedade e o Estado, continuam a ser relevantes. No entanto, a dinâmica do poder evoluiu, com uma elite social, económica e política a exercer uma influência desproporcional. A realidade é que um pequeno grupo de indivíduos ultra ricos e poderosos molda os rumos da sociedade, frequentemente em detrimento do bem-estar coletivo.
Recuando no tempo, na era das monarquias, o poder instituído residia no Clero e na Nobreza. A vida do povo era ditada por estas duas entidades, que prosperavam à custa do trabalho alheio. A relação simbiótica entre ambos era evidente: o Clero legitimava o poder do Rei, ungindo-o como representante divino na Terra, enquanto o Rei, por sua vez, enriquecia os cofres da Igreja através dos impostos cobrados ao povo. A simbiose entre o Clero e a Nobreza era perfeita vivendo às custas do povo.
A ascensão da imprensa e dos bancos marcou uma viragem crucial, introduzindo um novo ator no panorama do poder: os Banqueiros. Estes, com a sua capacidade de gerar capital através de juros e impostos bancários, financiaram o Clero e a Nobreza, acumulando gradualmente riqueza e influência. A família Medici, com a sua rede de filiais bancárias, personifica a ascensão dos Banqueiros, que rapidamente se tornaram mais poderosos que as instituições tradicionais, posicionando-se mesmo acima do Clero e da Nobreza.
“Questões políticas são determinadas em sua casa, quem ele escolhe, exerce o poder. Ele é quem decide sobre a guerra e a paz, e controla as leis. Ele é Rei em tudo, menos no nome.” – Papa Pio II sobre Giovanni de Medici.
Esta transformação histórica demonstra como as inovações tecnológicas podem subverter as estruturas de poder existentes, dando origem a novas elites. O Banco Central, os Governos e o Clero moderno são os herdeiros deste legado, com os Bancos a financiarem os Governos e a controlarem a emissão de moeda e as taxas de juro.
No entanto, a era da Internet trouxe consigo um novo paradigma. O surgimento das “Big Five” (Apple, Amazon, Alphabet, Microsoft e Meta) estas empresas dominam mais de metade do mercado tecnológico. Com sede em paraísos fiscais e poder para influenciar a política e a economia global, desafiam a ordem estabelecida. A BlackRock, maior acionista destas empresas, exemplifica a concentração de poder económico e político nas mãos de um grupo restrito.
Essas mega empresas, com um poder económico que rivaliza com o PIB de muitos países, controlam os meios de comunicação e as redes sociais, moldando a opinião pública e influenciando os processos democráticos.
Super empresas que transcendem os limites do próprio país, com poderes para interferir nas leis de outros países. Com capacidade para se evadirem sobre as taxas de uns países, com capacidade para interferirem nos impostos de outros, na economia e até na política.
Não quero, com isto, estar a falar de política, se é esquerda ou direita, sinceramente isso não me interessa nada. Apenas quero chamar a atenção que os órgãos de comunicação social e as redes sociais, estão a modificar a maneira como nós vemos e consequentemente interagimos com o processo democrático. Interferem diretamente no nosso voto, no nosso discernimento
Então podemos concluir que nos dias de hoje, 2024/25, o poder instituído está baseado em três instituições, O Governo, os Bancos e as Mega Empresas.
O caso da “Libra”, a criptomoeda proposta pela Meta, demonstra a sua ambição de se tornarem bancos centrais, desafiando o controlo dos Governos e dos Bancos Centrais.
A Meta (Facebook, Insta, Messenger, WhatsApp…) quis criar uma moeda para ser utilizada dentro do seu ecossistema, mudou algumas vezes de nome no final chamava-se de “Libra”. Já tinham acordo com Paypal, Visa, Mastercard etc.
Não avançou porque os Governos e os Bancos centrais, foram contra, e acusaram a Meta de querer tornar-se um Banco Central, que iria emitir moeda, atribuir um valor e produzir moeda quando lhe desse jeito. De referir que a Meta não abandonou a ideia.
Isto tudo para defender as pessoas? Não, claro que não, esta Mega Empresa estava a querer crescer demais, e os Governos e Bancos centrais não podiam deixar acontecer e correr o risco de perderem o controlo equitativo que possuem no momento.
O Governo Americano avisou as empresas envolvidas, Paypal, Visa, Mastercard que se insistissem iriam sofrer sanções, daí o projeto ter parado, mas não esquecido, digo eu.
Apesar da aparente colaboração, existem tensões entre os Governos, os Bancos Centrais e as mega empresas. A polarização política, alimentada pelas redes sociais, serve para distrair a população da verdadeira fonte de poder: os ultra ricos que controlam as mega empresas.
Em suma, a história dos poderes instituídos é uma narrativa de constante evolução, onde as inovações tecnológicas e as dinâmicas económicas moldam as estruturas de poder. A era digital, com as suas mega empresas e a sua influência global, representa um novo capítulo nesta história, onde a concentração de poder e a manipulação da informação desafiam os ideais democráticos.
Outra observação que podemos fazer, esquerda e direita não concordam em nada, exceto duas coisas:
Concordam em discordar no Facebook, no Instagram, no Youtube no X/Twitter, aí eles concordam em discordar e nos encherem de informação pouco fidedigna.
Concordam também em ficar agarrados ao poder que conseguirem pelo máximo de tempo que puderem. Mas no final de tudo quem tem realmente poder, são as pessoas acionistas por detrás destas Mega Empresas, são como sempre foram os Ultra Ricos são os Ultra Poderosos, sem dúvida nenhuma.
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