Parte V: Este artigo é constituído por V partes.
Há salvação? A questão central reside em saber se a emissão contínua de moeda representa a única solução para a economia global. A resposta é incerta, mas a persistência desta abordagem tem demonstrado exacerbar a desigualdade. Se esta tendência se mantiver, só vai fazer com que 0,1% da população continue a enriquecer para valores cada vez mais absurdos. E os outros 99,9% vão ficar cada vez mais pobres, culminando na erosão das classes média e intermédia.
Apesar das críticas frequentes ao mercado financeiro tradicional, os investidores em criptomoedas almejam uma valorização exponencial dos seus ativos, mesmo que tal cenário dependa da emissão de moeda fiduciária. A expectativa generalizada é de realizar lucros significativos ao vender no momento oportuno, capitalizando sobre a valorização, numa dinâmica onde os potenciais prejuízos de outros participantes são frequentemente desconsiderados. Este comportamento reflete uma ambição de replicar os padrões do mercado tradicional, com o risco de emergir uma nova elite financeira, mantendo inalterada a estrutura subjacente.
Um debate económico aprofundado, que procure reestruturar a dívida e identificar alternativas para mitigar o impacto negativo sobre a maioria da população, evitando o aumento desproporcional da riqueza da minoria, requer coesão política. Infelizmente, não é o que acontece, não é isso que vemos entre democratas e republicanos, entre socialistas e sociais democratas, entre esquerda e direita.
O que vemos, uns Estados Unidos divididos ao meio, uma Europa dividida ao meio, com discussões sobre o sexo dos anjos. Uma agenda política doentia, sobre casas de banho mistas, rolhas que não se soltam das garrafas, quantos gêneros existem. Por este andar só existirá dois gêneros: os muito ricos e os miseráveis. Não há coesão política, não há solução, só imprimir mais dólar.
Ray Dalio criou o gráfico, acima, para explicar os Ciclos históricos da ascensão e declínio de impérios. Baseado no gráfico iremos analisar o império dos Estados Unidos da América. Claro que não vai acabar amanhã, mas vamos ver se está em declínio. Ray também nos diz que quando um império entra em declínio, pode prolongar esse declínio, mas não consegue reverter.
Analisando o gráfico, temos no ponto 12, disparidades de riqueza, não há dúvidas na diferença de riqueza tanto lá como em qualquer parte do mundo. Indicador 13, dívidas altíssimas, aqui não há como contestar os Americanos, nunca tiveram uma dívida tão alta como agora, aliás rebentaram com o topo que estava estipulado para o valor em dívida, nem criaram um novo, mais de 30 Triliões de Dólares.
Ponto 14, imprimir dinheiro, com uma dívida enorme, não tem outra opção senão imprimir mais dinheiro, outro requisito validado. Ponto 15, conflito interno, quanto mais imprime dinheiro mais ricos ficam os super-ricos e mais pobres ficam os pobres, logo isto gera mais conflitos internos, não dos 99,9% sobre os 0,1%, mas sim entre os 99,9% que dividem ao meio entre esquerda e direita, democráticos e republicanos. Porque a esquerda acha que a culpa é da direita e a direita acha que a culpa é da esquerda, enquanto a culpa é dos 0,1%.
Essa luta leva-nos ao ponto 16, perda da moeda de reserva global. O mundo deixa de confiar no dólar, já temos países (a data do artigo eram 10) a criar uma nova moeda como é o caso do BRICS, não se trata aqui se esta moeda vai ou não ser a nova moeda global, só o facto de aparecer mostra o declínio da anterior, há 15/20 anos atrás ninguém sonharia com uma nova moeda global.
Tudo isto leva-nos ao ponto 17, liderança fraca, quando foi que os Americanos tiveram um presidente forte? Se analisarmos os anteriores não encontramos nenhum, então o último o Joe Biden é um bom exemplo da fraca liderança. Vamos ao último o 18, uma revolução ou guerra, esperemos que não seja a guerra embora a verdade é que após a segunda guerra mundial, nunca houve tantos países em guerra como agora.
O ideal seria uma transformação profunda impulsionada pelas criptomoedas. Contudo, a realidade demonstra que muitos participantes do mercado cripto estão focados na acumulação de ativos digitais e na expectativa de valorização impulsionada pela política monetária tradicional. A estratégia predominante reside na antecipação dos ciclos de mercado, comprando em baixa e vendendo em alta, com o objetivo de obter ganhos financeiros.
No entanto, se esta lógica especulativa se generalizar, o próprio modelo se torna insustentável. Desta forma, a especulação no mercado cripto espelha, em muitos aspetos, a dinâmica do mercado tradicional, não representando, por si só, uma solução fundamental para os problemas económicos existentes.
Concluindo, se o mercado de criptomoedas não evoluir para além da especulação, gerando valor intrínseco através de aplicações práticas, bens de consumo ou ativos tangíveis, a sua sustentabilidade permanece intrinsecamente ligada à moeda fiduciária dominante, o dólar. Nesta perspetiva, uma desvalorização significativa do dólar poderia arrastar consigo o valor das criptomoedas, dada a sua dependência percecionada e a ausência de fundamentos económicos independentes.
Portanto, o investimento primordial reside na aquisição de conhecimento, por duas razões fundamentais. Primeiramente, o conhecimento capacita a análise e a interpretação de tendências, possibilitando a antecipação de eventos futuros e a preparação proactiva.
Em segundo lugar, em cenários de crise económica profunda, o conhecimento constitui o capital mais valioso do indivíduo, permitindo a resolução de problemas concretos através de soluções eficazes e a produção de bens tangíveis. Indivíduos desprovidos de conhecimento terão o seu valor intrínseco diminuído, tornando-se meros consumidores de recursos, com um valor económico nulo ou mesmo negativo.
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