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Ethereum Dencun Fork

Introdução

A segunda maior criptomoeda Ethereum ou a primeira altcoin como preferirem, nasceu como ideia, ainda lá atrás, em 2014 pela mão do Vitalik Buterin. Nasceu, assim, a primeira Altcoin a primeira alternativa ao Bitcoin.

O ecossistema da Ethereum nasceu como uma blockchain, sem limites, ou por outro lado em que tudo é possível fazer dentro deste ecossistema, limitado pela imaginação dos programadores. 

Ao contrário do Bitcoin, que foi criado para ser dinheiro digital, a Ethereum foi criada para construir Smart Contract, os contratos inteligentes que nos permitem fazer qualquer coisa dentro do ecossistema.

Ethereum teve alguns incidentes como em 2016 onde surgiu o hard fork, ou seja, a bifurcação para duas Blockchains separadas, a Ethereum e a Ethereum Classic.

Foi tendo assim até aos dias de hoje a sua evolução (ver em pormenor no artigo Ethereum), até chegar a nova evolução, o Dencun fork, que vamos aprofundar agora. 

Atualização Dencun Fork

Será uma nova atualização na rede Ethereum, com um nome técnico EIP-4844. Acompanha também com outro nome “Proto Dank-Shardins”. Esta é uma das várias atualizações da Ethereum, que está prevista para ser incluída no Dencun Fork, agendado para o início do ano de 2024.

Vamos então traduzir tudo isto, para ser mais fácil de entender sem ser só para pessoas dentro da tecnologia.

Objetivo

O principal objetivo desta atualização é reduzir bastante os custos das transações de segunda camada (Layer 2) da Ethereum. Isto é, permitindo assim que as layer 2 (Polygon ou Matic, Optimism, Arbitrum, Scroll, Base entre outras), possam oferecer taxas mais baratas para os seus usuários. Isto é, vai permitir que nós, venhamos a pagar menos em taxas quando utilizamos estas redes de segunda camada.

As principais estimativas, apontam para uma redução nessas taxas que pode ser na ordem de até 10 vezes menos. O que convenhamos seria fantástico.

Conclusão para nós os usuários que utilizam a rede da Etrhereum, vamos continuar a pagar bastante pelas taxas de transação e penso, mesmo, que nunca será barato. 

A Ethereum será sempre uma rede cara e lenta para o usuário, só assim ela garante a sua alta importância, e mais importante ela garante fiabilidade e segurança máxima.

Temos então como alternativa usar as segundas camadas da Ethereum.

Voltando atrás no tempo

Atualização Merge

Voltamos um pouco atrás no tempo, na última atualização da Ethereum chamada de Merge, a grande alteração foi passar de POW para POS. Abandonando assim a mineração de Ethereum. 

Essa é a alteração que todos se lembram, mas talvez não seja a mais importante, sim porque houve uma que modificou bastante a blockchain da Ethereum. Começaram dois softwares diferentes a trabalhar ao mesmo tempo.

Camada de Execução: Responsável pela execução de contratos inteligentes (smart contracts) e atualização dos saldos nas carteiras (wallet) da rede. É nesta parte que entram os validadores, processam transações e é onde os Blocos São Construídos.

Camada de Consenso: Responsável por chegar a consenso de que as modificações promovidas pela Camada de Execução são válidas. É assim que a rede se torna fiável e íntegra. É também nesta camada que os validadores que têm o direito de construir o próximo bloco, são escolhidos e finalmente onde os Blocos são Aprovados.

De referir ainda que esta divisão de trabalho, torna-se mais leve para ambas as camadas e mais eficiente. Sendo que a camada de execução é muito mais pesada ou até lenta de correr que a camada de consenso.

Segundas Camadas (Layer 2)

O que faz a segunda camada? Ela simplesmente regista os dados na primeira camada, neste caso, rede Ethereum. No fundo, uma segunda camada é uma primeira camada mais barata, mas com menos segurança. 

Como compensam as de menor segurança, fazem backup, estão constantemente a fazer backup, em cima de backup, para que se for corrompida a segunda camada, tenham o backup para repor.

Um senão, o backup custa dinheiro. Estão a registar dados na primeira camada, rede Ethereum. Esse custo limita as segundas camadas para poderem baixar as taxas de transação dos usuários.

Estes custos para a segunda camada, são compostos por dois valores, um fixo e outro variável. 

O backup vai sendo cada vez maior, o mesmo é registado numa operação que se chama CALLDATA. Ora, quanto maior o backup, maior o custo no registo CallData. Este é o custo variável.

Aproximadamente o custo do ROLLUP, muito falado na gíria técnica das criptos, que nada mais é que o backup da segunda camada, este é cerca de 90% do valor total que a segunda camada vai pagar á primeira camada.

Voltando ao Dencun Fork

O que pretende a atualização do Dencun Fork? Vai criar uma alternativa ao CALLDATA, que se chama BLOB. É o mesmo objetivo gravar informação na primeira camada, mas com diferenças.

O CALLDATA é gravado na Camada de Execução, enquanto o BLOB é gravado na Camada de Consenso. Lembram-se que a camada de execução já era a mais pesada, com o registo de CALLDATA fica ainda pior, caro e lento.

Enquanto o BLOB é registado na camada de consenso. Ainda com uma outra grande vantagem, o BLOB fica armazenado por 18 dias aproximadamente, enquanto o CALLDATA fica armazenado para sempre.

Esta última diferença é enorme, ainda mais se pensar que sempre que se cria um novo NÓ na rede Ethereum, ele, o NÓ vai ter de fazer o download de toda a rede Ethereum então terá também de carregar os ficheiros CALLDATA que existirem na rede, imaginem quanto mais tempo passa maior se torna este download é gigantesco.

Com o BLOB isso não acontece, pois ele só ficará armazenado na rede durante aproximadamente 18 dias.

Conclusão

Ora podemos então dizer que o BLOB é muito mais leve, muito mais rápido, o que leva a menores custos de transação para as segundas camadas e, por efeito, as segundas camadas vão diminuir bastante as taxas para nós, os utilizadores, dessas camadas. BLOB nada mais é que um formato de armazenamento de dados.